Joey Spooky Rose
-Dollores-
Estive sentado em um banco, em uma praça...
Meus pensamentos rolavam e uma festa de confusão vinha em minha mente.
Era uma tarde fria de outono e Londres se enfeitava com as folhas das árvores...
Estava realmente tudo lindo, mas algo no horizonte eu ouvia...
Um som... Uma bela voz... O que seria?
Tudo parecia estranho e eu me sentindo totalmente diferente das outras pessoas, estava realmente ficando assustado. Decido então ir para casa...
Ao chegar preparei um café bem quente, sentei de frente para a lareira e então comecei a pensar...
Logo peguei minha xícara e fui pra frente de minha casa, sentei no banco e então continuei pensando...
“Estive tão longe de mim mesmo por tanto tempo, que agora não sei quem sou. Quem eu realmente poderia dizer que sou? Como sou? Por que estou assim? Por que me sinto assim? O que são essas vozes? Parecem crianças...
Onde elas estão? Que música é essa?...”.
Eu estaria ficando realmente louco, pois, por algum motivo as pessoas já não faziam sentido, sem querer ouvir, tampei meus ouvidos... Agora desnorteado, sem sentido...
Aquela fumaça do café que era tão mágica, as folhas caindo, logo na ponte de madeira, minha amiga Fallacya...
-Fallacya!
-Dollores!
E ela estava realmente linda...
Seus olhos verdes destacavam-se dentre as neves...
Seus cabelos loiros enrolados lembrava-me uma princesa...
Longe de tudo e todos, eu vivia em minha casa, entre as montanhas...
Por onde se quer que olhe, havia florestas. De certo de noite é um pouco sombrio, mas isso não me incomodava.
Fallacya teria vindo para conversar, era a única amiga que eu realmente tinha, depois de um tempo comecei a me livrar de todas as pessoas e bens materiais, desde então vivo sozinho aqui, apenas com a visita de Fallacya.
Diziam que as pessoas se tornam fracas quando amam...
Mentira.
O amor fortalece e as pessoas quando amam são capazes de ir além...
Afinal...
O que somos? O que é o amor? Um sentimento?
Afinal...
Para que amar, se um dia iremos chorar?
O amor então nos fortalece para que possamos nos sentir forte quando cairmos?
E aquela imagem ainda vinha em minha cabeça...
As canções, os gemidos, aquele corpo...
Os olhos... Alice...
Éramos felizes...
Em sua morte somente rosas e em meu rosto, nenhuma lagrima.
Dizem que depois da morte de minha amada, eu me tornei um louco...
Dizem que no velório eu sorria e meu olhar era tão vago quanto o vento entre fendas...
Assim surge toda a história de amor que contamos nos filmes...
Algo pressionava minha garganta...
E logo abri meus olhos e...
Corda em pescoço de anjos!
Agora tudo faz sentido!
Os cantos, as vozes...
Eram somente anjos!
E agora que estou acordado, posso sentir meu pulso cortado, minha garganta esmagada...
Um poeta sem fala...
Aquelas lembranças me entristecia...
O poeta sem escrita.
"Eu tentei falar, eu tentei...
Mas agora escrevo a ti, minha amada...
Meu amor vivido, um coração apodrecido...
Uma vida vaga, devastada..."
“...E aqui estou a dizer, estou morto e todos podem ver. E essas imagens em nossas mentes, um dia vão se desfazer, como pó em vento... E agora me torno um detento de meus próprios pensamentos, canções ao vento...”.
Aquele anjo que me visitava, agora dançava...
Parecia feliz...
Que mágico! Uma borboleta na ponta de meus nariz!
Ah droga...
Mais uma morte...
Agora ele chorava...
Meu anjo agora cantava...
E tudo parecia tão real...
E meu amor incondicional?
Tudo era o oposto, encosto.
Algo agora ele cantava...
Mas pra vocês, agora a minha morte, mas logo somente lembranças...
De um jovem que nunca se cansa.
Amor e esperança.
“Mas por favor nunca se esqueça: Eu já fui criança.”.